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quarta-feira, 5 de maio de 2010

PRODUÇÃO DE BANDAS.


Em minhas pesquisas encontrei uma coluna sobre produção de bandas que achei muito interessante. Foi escrita por Rodrigo Simão, tecladista e diretor da RS Musical. Espero que gostem! Grande abraço.
Luana.

Introdução

Vamos tratar de todos os aspectos que envolvem uma banda. Por exemplo: Formação, local de ensaio, repertório, equipamentos, gravação de CD, release, mapa de palco, set list, como fazer uma boa entrevista, registros de músicas, direitos autorais, divulgação, OMB, brigas internas, como dar autógrafo, como rezar, como ser bonzinho (risos), etc...
A coluna começa rompendo todas as barreiras de idéias românticas e ultrapassadas com relação a sucesso, fama e dinheiro.
Pra quem pensa que uma “banda de garagem” pode ser descoberta por um “caça talentos” e que essa mesma figura mitológica vai colocar os sortudos no palco do Rock in Rio num passe de mágica... ESQUEÇA! Se você não for ganhador da MegaSena acumulada, vai ter mesmo que somar: Talento, Força de Vontade, Organização, Boa Música e Sorte.
Para ficar mais fácil e divertido, imagine que você esteja indo a um Hipermercado das artes, anote bem os ingredientes:
1. Banda (defina sua Formação ex: Baixo, bateria, guitarra, voz, teclado, etc...).
2. Local de ensaio (Estúdio, garagem, despensa da mãe, etc...).
3. Equipamentos (Instrumentos, caixa de som, amplificadores, microfones, etc...).
4. Repertório (Mapa das músicas)
5. Objetivo (Show, gravação, festival, etc...).

Comentário:

1. Banda: Defina quantos integrantes vai ter e que instrumentos irá tocar. É claro que o estilo interfere de forma direta nessa decisão. Basicamente existem duas formas de ter um bom relacionamento com os integrantes, por amizade e/ou afinidade de gostos ou por interesse profissional e/ou financeiro. Realmente parece um casamento, o ideal é o equilíbrio dos dois.
2. Local de ensaio: Tente ensaiar em locais que possibilitem ter uma qualidade de acústica. Eu mesmo já ensaiei em quarto, sala, cozinha abandonada, garagem, despensa de alimentos, salão vazio, etc... Mas realmente fica difícil e muito ruim de se ouvir, interferindo no humor e na qualidade das musicas. Recomendo alugar um estúdio de ensaio. Atualmente custa em média R$ 20,00 por hora. A vantagem é que já tem todos os amplificadores, microfones e o corpo da bateria...(sempre leve pratos, caixa, pedal de bumbo e os instrumentos musicais). Se não tiver muita “grana $$” improvise colando caixa de ovo nas paredes de um quarto ou garagem. (Lembre-se: No máximo 3 horas. Mais que isso fica chato e improdutivo).
3. Equipamentos: O equipamento diz muito sobre o músico, salve exceções como Hermeto Pascoal (músico que tira som até de um copo com água), mas é importante os instrumentos serem bem afinados e de boa qualidade, juntamente com seus cabos e acessórios.
4. Repertório: Defina com clareza as músicas que serão ensaiadas e faça um mapa de cada uma. O mapa musical deve ter anotações de introdução, solos, refrão, compassos, tonalidades, enfim tudo para evitar disputas de quem sabe mais ou automaticamente ser mais uma banda chamada T.N.T (Todas Na Trave). Para evitar problemas, grave um CD, fita, MP3 ou partitura das músicas e forneça para cada integrante com um tempo suficiente para o estudo das mesmas.
5. Objetivo: Tenha bem claro o objetivo do ensaio. Se for para preparar um Show, gravação, teste ou até mesmo só diversão, mas tenha isso bem claro e que todos fiquem sabendo antes!
Bem... Estarei na próxima semana abordando itens como: release, mapa de palco e muito mais novidades desse incrível mundo da produção de uma banda.

Gírias e expressões

Certo dia, em um festival de bandas, o organizador do evento pergunta para um músico: - Olá, você é quem vai tocar hoje à noite? - Sim - responde o amigo músico. - Trouxe o "Stage Map"? - Trouxemos... Mas já havíamos mandado tudo com antecedência para sua equipe, inclusive o "Rider Técnico" e o "Input List". - "Ok". Vou dar uma olhada; devo ter deixado junto com o "Release" de vocês. - responde o organizador.
Depois de algum tempo, com todos os músicos no palco acertando os últimos detalhes na passagem de som, um deles pergunta para o Técnico de Som:
- Posso ligar meu teclado no "Direct Ibox"?- Sem problemas, inclusive o "AC" esta aí do lado.- Eu queria mais som no "P.A", pode ser? - Pergunta o vocalista.- Não dá, o volume geral já está saturando, o que posso fazer é dar mais volume no "Side Fill".- Acho que a microfonia está vindo dos "Over Heads". - diz o baterista.- Pede para o "Roadie" arrumar a posição do "Mic" e me dê um sinal quando estiver tudo "Ok". - Fala o técnico.
Não se assuste, isso não é aula de inglês nem um novo dialeto. Simplesmente é uma conversa muito comum nos palcos da vida. A influência da língua inglesa está presente em muitas coisas que fazemos hoje em dia.
Na música não é diferente, por isso é importante estar atualizado com a linguagem desenvolvida no meio musical e se adaptar para não ficar "pagando mico".
Não tente inventar um novo vocabulário só para mostrar que você é muito experiente, nem rejeite a linguagem utilizada por achar que fere os princípios dá ética de um Brasileiro patriota. O mais importante é: APRENDER A SE COMUNICAR E DAR SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS.
Agora veja alguns termos muito utilizados no cenário musical e seus significados:
A.C - (Corrente Alternada) Ponto de voltagem indicado por 110v ou 220v.ADAT - Gravador digital da fabrica Alesis (Oito canais) que utiliza fita S-VHF. ÁUDIO - Tudo que se refere a som captado.BANANA - Conhecido também como plugue P-10 ou plugue de guitarra.BANHEIRA - Caixa onde se pluga os cabos de microfones e instrumentos.BOOM - Pedestal Boom-Jirafa - Pedestal comprido muito usado em novelas.BRILHO - Gíria. Agudos, freqüências altas.Ex: Mais brilho igual a mais agudo.CASE - Estojo, rack ou embalagem especial para proteção de equipamentos. COMPRESSOR - Efeito que comprime o áudio, melhorando o nível de sinal.DA CAPO - Termo italiano que significa - Do Começo.DI BOX - (Direct Injection Box) Pequena caixinha que regula a impedância e polaridade do sinal mandado do instrumento direto para a mesa de som.EAR MONITOR - Sistema de retorno individual parecido com aparelho auditivo.FADE IN - Aumentar gradativamente o volume.FADE OUT - Abaixar gradativamente o volume.FLAT - Ponto inicial da escala dos equipamentos eletrônicos.Zero.INPUT LIST - Endereçamento de canais de áudio para: microfones, instrumentos, etc.MIC - Microfone.MIXER - Significa pequenas mesas de som.O.V.N.I - Gíria. Coisa ou algo muito sensacional, "de outro mundo".OVER ALL - Microfone para captação geral de um determinado ambiente ou palco.OVER HEAD (O.H) - Dois microfones colocados acima dos pratos de bateria.P.A. - (Public Address) Colunas ou caixas de som viradas para o público.PELINHO / CABELO - Gíria. Quer dizer - Só um pouquinho!PRATICÁVEIS - Plataformas fixas que elevam do chão o instrumento ou músico.RÉGUA DE AC - Gíria. Extensão de energia elétrica com varias tomadas.RELEASE - Documento com informações, fotos e histórico da banda ou projeto.RIDER TÉCNICO - Lista de equipamentos utilizados pela banda, ex: mix, mic, efeitos, etc.ROADIE - Ajudante do músico que monta, desmonta e regula os instrumentos.RODAR LÂMPADA - Gíria. Complicar ou fazer hora. Equivale à gíria "cozinhar o galo".SIDE FILL - Caixas laterais de palco, sempre denominadas (L) Left e (R) Right.STAGE MAP - Mapa de palco.STAGE MONITORS - Caixas de retorno de som utilizadas no palco.TRIGGER - Dispositivos eletrônicos de contato sensíveis a vibrações.XLR OU CANON - Conector de três pinos usado em mic.(Canon é uma das marcas).

Ai vai um conselho:

Preste atenção aos diálogos de técnicos e montadores de palco, converse, seja simpático e lembre-se que antes de começar a balbuciar as primeiras palavras, você teve que ouvir muitos sons estranhos e sem sentido, para depois de um tempo começar a entender os seus significados.

Política na música.

Agora vamos abordar um assunto muito importante e pouco questionado no caminho da produção de uma banda. A política de festivais e casas de shows. Sim... veja que até na música existe política.
Acompanhe o conhecido diálogo do músico com o dono de casa noturna:
- Bem...Este aqui é nosso material, veja nosso livro de registros de shows, release e CD. Vamos fechar uma data? - diz o músico.
- Olha... Deixe tudo aqui com a menina do caixa que depois de ouvir eu entrarei em contato, está bem? - diz o dono da casa de shows.
Depois de alguns dias ou semanas sem retorno, o músico entra em contato:
- Alô... Aqui é o músico que deixou o material para fechar um show. Minha banda se chama Colony, está lembrado?
- Sim. Tudo bem? Eu ouvi o material; muito bom! Vamos marcar uma data?
Todo animado pelo elogio e confiante na possibilidade de fazer um ótimo show, começa o pesadelo...
- Diga-me uma coisa, sua banda tem público? Quantas pessoas a banda consegue trazer para o show? - pergunta o dono da casa.
- Bem... Não sei... Divulgando pode ser que venha muita gente. - responde desconsolado o amigo músico.
- É... Vamos fazer o seguinte: eu coloco vocês para "darem uma canja" (tocar de graça) na terça-feira. Assim já vejo como é a performance da banda ao vivo e se rolar legal eu armo uma data "especial" para a banda, ok?
- Está bem. - responde o músico sem opção - Mas uma pergunta: qual equipamento a casa oferece? Não tem como dar um cachê mínimo para cobrir os gastos?
- Equipamento??? Tem um amplificador de guitarra com o botão quebrado, um de baixo com o falante estourado e dois microfones. A bateria vocês têm que trazer, pois a que eu tenho é da marca Iamarra (i amarra daqui, amarra de lá) e está caindo aos pedaços! Sobre o cachê, bem... Como gostei da banda, eu te dou 50% da bilheteria... Mas depois isso melhora! - promete o dono da casa de shows que diz:
- Ah! A banda faz "cover" de quem? Pois aqui não tocamos música própria, só cover!
- Xiii...tu-tu-tu-tu-tu - Desliga o telefone em prantos e lágrimas o amigo músico.
Quem nunca passou por isso? Situações chatas e ofertas ridículas a ponto de não se sentir músico, mas sim artista de circo, um verdadeiro palhaço?
Pois bem... Em casos de festivais não é diferente!
Além de o músico estudar para tocar bem, ensaiar, juntar dinheiro para comprar um bom equipamento, etc, também tem que aprender a ser vendedor de convites ou ingressos!
É claro que toda regra tem sua exceção; casas de shows que tratam o músico com o devido respeito e festivais que são feitos por profissionais, mas isso é uma minoria diante de uma enorme massa de vendedores de batata frita com cerveja e organizadores de festinha de fundo de quintal!

Dê um BASTA a tudo isso. Aprenda as dicas para evitar todo esse sofrimento:
1. MÚSICO NÃO É VENDEDOR - Faça parceria com uma pessoa especializada em vender shows para que possa negociar os cachês e condições para a realização do evento. Vender o próprio show como produto não é tarefa fácil. Opte por produtoras ou empresários que dependam financeiramente das comissões dos shows, assim você evita curiosos e amadores que só farão sua banda perder tempo.
2. MATERIAL CUSTA $$ - Depois de ter gravado seu CD Demo, faça um site gratuito na Internet (HPG, CJB, KIT) e disponibilize as músicas em MP3 on-line. Você teve gastos com estúdio, por isso só se deve deixar o CD mediante uma reserva de show ou se for realmente muito necessário, caso contrario, deixe uma cópia do release e fale que as músicas podem ser ouvidas pela internet.
3. NÃO PAGUE PARA TOCAR - Contabilize um valor mínimo para cobrir os gastos como ensaio no estúdio, transporte, encordoamento, etc. Se a proposta não for de cachê fechado (valor definido), tente ao menos livrar os gastos que você já teve, pedindo um valor mínimo caso não apareça muita gente no dia do show. Cuidado com as propostas de pegar ingressos para vender, geralmente você não vende e ainda tem que cobrir o valor. Meu grande Mestre Mario Casali (in memorium) dizia: "Músico não fala, músico não vende, músico TOCA!".
4. CONFIE NO SEU TACO - Sempre rola pressão psicológica de dono de casa de shows ou festival, dizendo que outra banda faria pela metade. Acredite, isso pode acontecer mesmo! Muitos músicos reclamam das condições do palco, OMB, cachês, mas na hora de mostrar união, aceitam qualquer valor e até mesmo se rebaixam, só para tomar o lugar de outras bandas. Não somos focas para fazer shows em troca de bebida ou comida. Acredite que seu trabalho tem valor e não aceite essa pressão.
5. SEJA PROFISSIONAL - Discrimine quantas pessoas fazem parte da equipe e quais são acompanhantes, procure não abusar, geralmente cada músico tem direito a um acompanhante. Certifique-se sobre o valor liberado em comandas, para garrafas de água e lanches dos músicos se não houver camarim preparado. Isso parece ser um detalhe, mas caso não seja acertado com antecedência pode causar muito stress.
6. TEMPO É DINHEIRO - Não é necessário mandar repertório das músicas do show para o diretor do evento ou dono de casa noturna, isso é tarefa do ECAD (arrecadação de direito autoral), mas é importante que seja discriminado de forma bem clara, a quantidade e o tempo de cada entrada. Assim não acontece aquele conhecido problema de ficar tocando a noite inteira a pedidos simpáticos que sempre vêm assim: - Toque mais uma? E mais duas? E mais três?... E assim vai.
7. CAMPEONATO DE BANDAS - Realmente somos o país do futebol, isso tanto é verdade que até as regras aplicadas nos campeonatos futebolísticos são transferidas para alguns festivais de bandas. Exemplo: Chave de bandas, taxa de inscrição, campeão da noite, melhor torcida, juizes para julgamento, etc... Geralmente é banda "puxando tapete" de outra banda, jurados desconhecidos (sempre aparece maestro, produtor e empresário de bandas que nunca ouvimos falar no meio dessa turma), uma tremenda barulheira e claro, sempre pinta um "cheiro" de tramóia. Não é recomendado participar de nenhum festival competitivo.
Não se desespere, nem olhe para o dono de casa noturna ou festival como se ele fosse um inimigo. Os bons acabam pagando pelos péssimos. Saiba que no mundo dos negócios (os shows e eventos não deixam de ser um negócio também) cada um luta por sua bandeira para ter mais lucro, isso não é novidade. Por isso, organize-se, chame as pessoas certas e lute por seu espaço com honra e dignidade, sem prejudicar ao seu semelhante.

A propaganda é a alma do negócio

Todos nós possivelmente já ouvimos uma frase muito famosa, naturalmente criada por um publicitário que dizia: a propaganda é a alma do negócio. Realmente esse tema é muito importante para o retorno e o sucesso de qualquer projeto de banda, show ou até mesmo queima de estoque de artigos de cozinha.
É muito importante salientar que não existem regras para se fazer um bom release, mapa de palco ou CD. Iremos falar sobre diretrizes, ou seja, dicas do que funciona melhor na criação de um kit de divulgação de uma banda.
Existem ainda muitos tópicos importantes como: relacionamento com a imprensa, jogada de marketing, slogan, internet, entrevistas, enfim... Itens primordiais para dar mais personalidade a essa alma. Por enquanto dividiremos o assunto em dois temas: Kit de divulgação Básico e Divulgação avançada.
KIT DE DIVULGAÇÃO BÁSICO.
Após terem seguido os passos demonstrados na nossa edição nº 1, que relatava os itens banda (formação), local de ensaio, equipamentos, objetivo e repertório, é importante montar um pacote de divulgação que contenha:
1. RELEASE;2. CD Demo;3. REGISTRO DE SHOWS.
e preparar um release técnico para shows, que contenha:
4. MAPA DE PALCO;5. RIDER TÉCNICO;6. INPUT LIST.
RELEASE
O release deve ter imagem e ser objetivo. Não adianta colocar muitas informações sobre como surgiu o nome da banda, onde ensaiar, o que gosta etc, fazendo do release uma obra autobiográfica de cada integrante. Seja direto e objetivo.
Exemplo:
Formado em...(mês, ano e fundador);
Participou do...(citar o que de mais importante fez ou participou. No máximo 2 itens!);
Atualmente... (nome da turnê, estilo de show, o que a banda quer apresentar);
Foto... (Uma foto do grupo);
Nome e Instrumento...(Ex: Rodrigo Simão – Teclados);
Contato...(telefone, e-mail e home page).
É muito importante ter uma boa diagramação, apresentação e não ter nenhum erro de Português. Fique muito atento à foto para que seja de boa qualidade de luz e definição. Lembre-se que o release é da BANDA e não de cada um dos músicos contando o que já fez na vida, quantas namoradas tiveram...
CD DEMO
Bem... Nesse ponto você terá que gastar um pouquinho. Depois que o repertório estiver bem ensaiado, selecione duas ou três músicas para gravar ao vivo em um estúdio de gravações.
Lembre-se: grave primeiro todo o instrumental ao vivo e se houver vocalista, coloque na seqüência a parte vocal, assim você ganha tempo e economiza dinheiro. O preço médio de estúdio de gravação é R$ 50,00 por hora e geralmente R$ 5,00 por cópia de CD. Uma banda bem ensaiada, tempo de mixagem e finalização (estúdio), você gasta umas cinco horas. Pegue o original e faça cópias num gravador de CD de sua casa ou amigo. Cada CD-R custa em média R$1,00.
REGISTRO DE SHOWS
Faça uma pasta extra com fotos de shows, fotos tiradas do fundo do palco mostrando o público, recortes de jornal retratando a banda, anúncio publicitário de shows, enfim... Tudo que for de origem jornalística. Caso não tenha feito nenhum show, pense em arquivar tudo isso desde já. Diagrame, faça fotocópias e guarde bem os originais.
MAPA DE PALCO
Faça um mapa de palco indicando a posição dos instrumentos, microfones, amplificadores e A.C.. O mapa serve para que a equipe de sonorização do local do evento saiba preparar o palco para a banda, por isso monte tudo no panorama de visão de quem esta na platéia olhando para o palco. É importante colocar o nome da banda, nome da turnê, ano e o nome do responsável da banda para que possam ser tiradas dúvidas de última hora.
RIDER TÉCNICO
O rider técnico ou lista de equipamentos serve para discriminar:
A. Equipamentos de P.A, B. Equipamentos de monitoração eC. Instrumentos musicais.
É de bom senso não deixar o sucesso subir à sua mente fazendo você colocar itens como: Telão digital com climatizador de platéia, sistema de 500 canais com automação, etc... Aqui você deve colocar quais os equipamentos que você precisa para realizar seu show.
INPUT LIST
A tradução seria “lista de entrada”, pois bem, essa lista não passa de uma tabela onde você coloca os endereçamentos de entrada de sinal na mesa de som. Podemos ter os seguintes itens: Nº do canal (mesa de som), instrumento, tipo de captação (Mic/DiBox) e efeito (efeito colocado no mixer).
Agora preste muita atenção a todas as dicas e mãos à obra. Procure sempre pensar na pessoa que irá receber o material. Faça tudo com amor e tenha determinação. Na próxima edição iremos falar sobre política de festivais e casas de show preparando a banda para encarar uma primeira turnê.
Direção de Shows
Popularmente no Brasil é muito comum utilizarmos a palavra show para designar a apresentação de uma banda. A simples execução de um repertório feito ao vivo por um ou mais músicos poderia ser considerada um show, mas não é tão simples assim.
Show – Palavra de origem Inglesa: mostra, exibição, espetáculo, demonstração.
Para a realização de um verdadeiro show, é muito importante que a apresentação seja previamente elaborada, ensaiada e que tenha uma direção de show.
DIREÇÃO DE SHOWS
Vamos começar falando sobre algo muito importante: a obra e seu criador. Não existe esse papo de dizer que tal compositor quis dizer isso ou aquilo. No processo de criação de uma obra há tantos detalhes presentes no inconsciente do artista que algo podemos garantir: SOMENTE O AUTOR SABE O QUE REALMENTE ELE QUIS DIZER OU PASSAR PARA O MUNDO!
Sendo assim, todo e qualquer palpite não passa de interpretação individual de cada ouvinte ou espectador. Se quiser saber o significado de uma obra, pergunte diretamente para o autor.
É obrigação do diretor do show, tal como do produtor musical, enxugar o máximo de idéias do artista para desenvolver o tema, direção e detalhes muitas vezes invisíveis à primeira vista. Não adianta querer fazer uma banda de Punk Rock se movimentar como o corpo de um balé clássico, nem uma dupla sertaneja agir como malabaristas de circo só para fazer um show realmente diferente. Será no mínimo motivo de risadas e chacotas. Se esse não for o objetivo, é importante ouvir as idéias de todos na banda e chegar a um consenso para desenvolver uma boa direção de show, utilizando-se de princípios básicos como repertório e posicionamento em palco ou mergulhar no universo de infinitos detalhes como textos, maquiagemm, iluminação, movimentação em palco, figurino, etc...
Quanto ao nome de uma turnê ou titulo de um show é comum que esse titulo tenha relação com uma idéia pré-concebida. A fonte dessa idéia pode ser um disco, o nome de algo ou lugar, uma frase que reflita um estado de espírito, etc.
A forma com que essa idéia interage com a performance da banda, a iluminação, a música, o público, o espaço físico e a seqüência de apresentação do repertório, em geral, são fatores importantes para se desenvolver a direção de um show.
A maneira de cada diretor de show trabalhar pode apresentar inúmeras variações e é importante saber que a definição de qualquer forma de expressão artística é sempre relativa e nem sempre desejável. No entanto, partindo-se de princípios didáticos, existem alguns pontos fundamentais que ajudam ilustrar de maneira mais clara as incríveis idéias de nossos artistas. Veja agora as dicas para um bom trabalho de direção:
1. Procure ensaiar a banda na mesma posição estabelecida para o show;
2. Ensaiar nunca é demais. Preparem-se para os imprevistos, eles certamente ocorrerão e são fatores que dão mais emoção;
3. Não bloqueie a criatividade. Primeiro visualize a idéia grandiosa e depois veja como ela poderá se enquadrar no orçamento disponível para a produção;
4. Ter estilo, forma e conteúdo;
5. Não queira fazer tudo sozinho. Se possível contrate, gere empregos, faça parcerias, contrate equipes especializadas em cada setor. Isso melhora a qualidade e facilita a cobrança de resultados;
6. Desenvolva uma pauta com metas, prazos e resultados;
7. Visite com antecedência, se possível, o local do show e verifique se as condições estão de acordo com suas expectativas. Desta forma haverá tempo hábil para eventuais mudanças;
8. Observe sempre se o local e o público são adequados ao perfil de sua banda;
9. A passagem de som (sound check) deve ser marcada com bastante antecedência. Uma boa passagem de som, na maior parte das vezes, é essencial para se ter um bom show;
10. Passagem de som não é ensaio. Os músicos devem saber todo o repertório sem errar.
11. Na passagem de som dê prioridade para a música mais “pesada” (instrumentação), a que tenha mais vocais e a mais “leve” (balada). Isso ajuda a regular os níveis de som;
12. Procure montar um repertório (set list) que leve em consideração possíveis movimentações, trocas de instrumentos, roupa, etc, e que possa ser alterado sem perder a identidade e unidade do show;
13. Na montagem do repertório, visualize graficamente os momentos de relaxamento e de ápice do show, deixando preparada uma música para o “bis” (encerramento);
14. Procure ter o melhor relacionamento possível com a equipe técnica. Eles são muito importantes para o bom desempenho do seu show;
15. Não se esqueça do kit para show: um bom mapa de palco, rider técnico e input list;
16. Mantenha sempre uma boa manutenção dos instrumentos;
17. Use sua criatividade, se adapte, modifique, seja versátil. A originalidade é um fator muito apreciado e útil para enfrentar imprevistos;
18. Não se esqueça que o público é importante coadjuvante para seu show.
Essas são algumas diretrizes para uma direção de show bem sucedida. Veja bem, não é preciso ter um orçamento de 1 milhão de dólares para começar a agir corretamente e fazer um bom trabalho. Não pense nas dificuldades, pense nas soluções, brinque, invente, mas tenha sempre bem claro em sua mente qual sua idéia e o motivo.

Escolhendo um estúdio

A escolha de um estúdio de gravações não é tarefa fácil. É preciso ter muita paciência para não acabar cometendo erros que fatalmente serão lembrados a todo o momento que se ouvir alguma música gravada.
Quando uma banda já possui gravadora, diretor artístico, produtor musical, diretor executivo, especialista em cafezinho para intervalos, etc, fica muito mais fácil de trabalhar. Porém, na maior parte dos casos, não temos toda essa mordomia e acabamos tendo que fazer um pouco de tudo para realizarmos um bom trabalho.
Para descobrir um bom estúdio de gravações é importante fazer uma boa pesquisa e a mesma deve ser feita pessoalmente. Nunca tome nenhuma decisão por telefone.Basicamente existem três itens muito importantes para a escolha do estúdio de gravação:
1. PREÇO;2. EQUIPAMENTOS;3. FATORES PSICOLÓGICOS.
1 - O PREÇO
Não pense que escolher um estúdio é como escolher um carro novo em uma concessionária, achando que quanto mais caro for o preço, melhor e mais moderno será. Na verdade, nem carro se escolhe dessa forma. Existem muitos fatores que interferem de forma direta na decisão final como: gosto, satisfação, bom atendimento e, claro, a qualidade do produto final: a música.
Não fique só reclamando que a grama do vizinho é mais verde. Se o orçamento disponível está curto, pesquise muito até encontrar um estúdio com uma boa relação custo x benefício.
No Brasil, a maior parte das negociações de pequeno porte é feita com uma grande base emocional. Isso é um tremendo erro! Negociar um bom preço e uma boa forma de pagamento é muito diferente daquela choradeira da pessoa contando a estória de sua vida, jogando com culpas e emoções pra ver se consegue um preço melhor e cláusulas mais “moles”. Nada de contar seus problemas porque eles são seus, de mais ninguém. É a tal questão do porque as pessoas não fazem o que tem de ser feito, rápido e bem feito.
Peça para que sejam discriminados os valores de cada hora no processo de captação, mixagem e masterização. Geralmente os preços costumam variar em cada processo.No caso de pacotes feitos atribuindo-se um valor por música, discrimine a quantidade de músicas e o tempo médio de cada uma para que não ocorra nenhum corte de edição das músicas de maior tempo de duração.
Discrimine em um contrato: a forma de pagamento, se as matrizes estão incluídas (caso não estejam colocar o valor adicional), o valor de cada hora de estúdio ou valor por música e as possíveis datas e períodos de gravação (pré-agendamento). Calcule seu orçamento sempre tendo uma folga entre 20% a 30 % do valor cotado.
2 – EQUIPAMENTOS
A sala de gravações, na gíria também é chamada de “aquário”. A sala de gravações deve ter um bom tratamento acústico para que possam ser captadas todas as freqüências desejadas, eliminando o “vazamento de som” e o feedback, também chamado popularmente de “microfonia”.
Para facilitar o entendimento, dividimos o assunto em cinco subitens:
2.1 - MICROFONES;2.2 - SISTEMA DE GRAVAÇÃO;2.3 - MESA DE SOM;2.4 – EFEITOS;2.5 – O TÉCNICO.
2.1 – MICROFONES
Imagine que os microfones fossem como nossos ouvidos eletrônicos e o cérebro representasse uma mesa de som. Da mesma forma que nossos ouvidos necessitam de cuidados especiais, os microfones também necessitam.
Nossos ouvidos têm a função de decodificar um som e transformá-lo em impulsos que possam ser compreendidos pelo cérebro.
Os microfones fazem o mesmo trabalho, não passam de dispositivos capazes de transformar um tipo de energia (energia acústica) em outra energia capaz de ser compreendida pela mesa de som: a energia elétrica. Por isso, são chamados de transdutores.
Nenhum microfone apresentou eficiência total (100%), embora muitas marcas e modelos têm conseguido ser relativamente fiéis ao som produzido. A perda ocorrida nessa transformação não chega a comprometer. O microfone é, portanto, o primeiro grande responsável pela qualidade do som. Por isso sua extrema importância.
Verifique no estúdio se existem microfones específicos para cada instrumento. Os modelos de microfones são diferenciados pela melhor atuação diante de freqüências graves (bass-drum), médias (voz) e agudas (violinos). Existem muitas marcas e modelos, as mais conhecidas são Shure, AKG e Neumann.
2.2 – SISTEMA DE GRAVAÇÃO
Gravadores analógicos, sistemas com Mac Pró Tolls, 16 bits, 24 bits... todos são bons sistemas e acabam dando bons resultados. A guerra entre o analógico x digital é como comparar de forma grosseira qual carro é melhor, uma BMW ou um AUDI. Os respectivos donos sempre irão valorizar seus bens, sendo eles equipamentos de estúdio ou carros, por isso, a resposta correta seria: bom mesmo é ter os dois, analógico e digital.
2.3 – MESA DE SOM
Mesa de som, mixer ou console são alguns dos nomes dados ao mesmo equipamento. Antes de tudo, é preciso desmistificar esse “avião” cheio de botões e dizer que uma mesa de som não passa de um “misturador” eletrônico. É importante um estúdio fazer investimentos em uma mesa que tenha muitos canais e que apresente uma boa comunicação entre as muitas interfaces de entrada e saída de sinal com seus sistemas de grupos, sistemas automatizados e seus sistemas de monitores de áudio.
2.4 – EFEITOS
Existem muitos “racks” de efeitos digitais e diversos “plug in” de efeitos em computadores. Para retratar metade deles levariamos pelo menos uns dois dias, por isso falaremos somente de alguns. O importante é saber que o estúdio deve oferecer uma boa gama de efeitos digitais juntamente com programas de “loops de bateria” para bem servir seus clientes e, é claro, ter um técnico que realmente saiba utilizá-los com eficiência e responsabilidade.
REVERB: Efeito causado por uma infinidade de reflexões do som num ambiente fechado, dando a sensação de ambiência no som.
CHORUS: Serve para engrossar o som do sinal que está entrando no processador de efeito dando a sensação de que vários instrumentos estão sendo tocados juntos.
DELAY: Repetição do sinal fazendo o som se repetir como em ondas, podendo ser ajustado o tempo e velocidade das repetições.
COMPRESSOR: Efeito que comprime o áudio, melhorando o nível de sinal, valorizando as freqüências com baixo sinal e estabilizando as freqüências com distorção.
2.5 – O TÉCNICO
Este sem nenhuma dúvida é o mais importante de todos itens. Não adianta ter os melhores equipamentos se a famosa “pecinha atrás da mesa”, o técnico, não colocar todo o maquinário do estúdio para funcionar de verdade. Verifique se o técnico realmente tem cursos de áudio e ouça outros trabalhos que ele fez. É claro que existem muitos técnicos que não cursaram nenhum instituto de áudio e trabalham muito bem; mesmo assim é importante ter como comandante dos equipamentos do estúdio um profissional atualizado com as novidades para que você possa desenvolver toda sua capacidade de ser músico.
3 – FATORES PSICOLÓGICOS
Aprenda: “Achar é a certeza do não saber, por isso SINTA”.
O ambiente de gravação interfere de forma direta no processo de criação espontânea. Sinta o ambiente, conheça todas as salas, veja a organização, repare na atenção que é dada à sua visita, veja o fluxo de pessoas que entram e saem do estúdio, enfim, pergunte para você mesmo no silêncio de sua mente: - Este é o lugar?
Se você ouvir uma voz respondendo lá dentro de sua mente, saia correndo e procure ajuda psiquiátrica, pois as coisas podem piorar... (risos) Então esse realmente não é o lugar.
Terminamos por aqui. Pesquise também dicas de como agir no momento da gravação, a importância da pré-produção, mixagem e masterização.
Muita sorte e que as bandas brasileiras sejam reconhecidas não só pela musicalidade, mas também pelo profissionalismo e competência. Você é parte dessa mudança!

Por Rodrigo Simão.

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